sexta-feira, 30 de março de 2012

Mudança

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       Do 3º colegial até depois da faculdade, foi esse o tempo em que morei numa casa e não há palavras para descrever.... Foi lá que amei (amei mesmo) e chorei (e como chorei) de verdade. Cresci, errei, amadureci, me arrependi, pedi perdão, errei de novo, ri, chorei mais ainda, cantei, dancei, criei um mundo com apenas quatro paredes.

       Oito anos se passaram, nem tão rápido, nem lento, na medida exata. Parece pouco tempo, poucos passos, mas, se vistos de perto percebe-se que é só o começo da viagem, que será mais intensa, mais difícil, dolorida, decisiva. O que vivi foi como um teste, um preparatório do que ainda está por vir.

       Parece que as casas que vivo estão diretamente ligadas com as fases da minha vida. Minha primeira casa (do nascimento aos 17 anos) era pequena, bagunçada, poucos cômodos, via minha família a todo momento. A segunda casa (do colegial até faculdade) era de alguel, de passagem, era maior, mais espaçosa, mais gostosa, onde passei aqueles momentos que não esquecerei jamais. Hoje vivo numa casa maior, confortável, iluminada, e me pergunto: o que irei enfrentar? O pior já passou? Que surpresas essas paredes vão presenciar? Até quando vou chamar aqui de 'lar'?

      Apesar de toda essa estrutura, construção, paredes fortes, não me sinto nenhum pouco segura para enfrentar o que vem por ai... Melhor trancar bem a porta e ir dormir...

Que não nos falte a inspiração, amém.
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Um comentário:

  1. Virá uma fase mais concreta, mas definida como as paredes. Uma fase sua, sem dever a ninguém de tempos em tempos, como essa casa é da sua família. Algumas surpresas desagradáveis, como uma falta de luz ou a necessidade de uma pintura, mas só para mudar a rotina. Outras tantas surpresas agradabilíssimas, como um casulo de borboleta no quintal ou um por do sol na varanda, que fazem ver o quanto a vida vale a pena e quão bela pode ser!!!

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