Ela

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Eram 9h30 quando acordei com ela, encarei-a de frente e disse: me deixa, hoje não quero te ver. Adiantou? Claro que não! No almoço ela já estava atrás de mim querendo saber o que eu comia, estava em cada garfada que eu dava, em cada gole que engolia. A comida até me fez mal.

A tarde tentei me distrair, não pensar nela, tentei ignorar sua existência, coisa que é impossível, pois, a cada canal que via, a cada música que ouvia, a cada linha que escrevia, ela estava ali, do meu lado, sentia sua respiração no meu pescoço.

Sai de casa e resolvi deixá-la ali trancada em meu quarto. Encontrei umas amigas, conversei, ri, me diverti e no meio do assunto, quem chega? Ela mesma. Que vergonha fiquei. Jamais iria apresentá-la a minhas amigas; engoli seco, fingi que não conhecia e ignorei. Sabia que quando chegasse em casa ia ter confusão.

Não teve, cada uma foi para um canto, ignorá-la as vezes me deixa mais forte, porém, não consigo abandoná-la, ela vive me perseguindo. Não sei o que fazer, tenho que terminar esse relacionamento. Acho que hoje quando for dormir vou dizer: Depressão, não te quero mais, é o fim.

E que não nos falte inspiração, amém.
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