terça-feira, 26 de janeiro de 2010

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Nunca aconteceu comigo, mas, sabe aqueles sonhos em que você está andando pelado pelos corredores do colégio? Foi assim que me senti: nua.

Seguia minha rotina: peguei um ônibus ouvindo meu mp3 carregado de inspiração em direção a Consolação, entrei, sentei, apanhei meu caderninho para anotar possíveis ideias que surgiriam no caminho, e ... Cadê minha caneta? Naquele momento foi como se tivessem arrancado toda minha roupa naquele ônibus lotado.

Entrei em crise, queria dar sinal para o ônibus parar, voltar para casa e me vestir, mas, não podia fazer isso, pois, se não me atrasaria para o curso. Continuei ali, mesmo com vergonha e com raiva da minha pessoa por ter tirado da bolsa a caneta na noite anterior.

A cada ponto subiam mais pessoas e me encaravam ali no meu canto, parecia que a Av. Paulista parou para me ver nua dentro do transporte público, me senti no próprio BBB, por sorte eu não tenho muito que mostrar e logo as pessoas desviavam o olhar.

Voltei para a casa querendo me esconder, porém, com mil idéias na cabeça. A exposição do corpo humano de um jeito ou de outro, sempre nos inspira.

Que não nos falte a inspiração, amém.
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3 comentários:

  1. Es hermoso.... me dejaste sin palabras-

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  2. Lindo ver que as pessoas ainda se vestem de palavra :)

    um beijo, Cah! (e desculpe o silencio),
    Carlos

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  3. Li o comentário do seu amigo, sobre se vestir de palavras, e sua história... é exatamente isso, e isso é lindo! Mas tbm é maluco... Que maluuuuucooo, Carmen!! Sério? Se sentiu nua por aí? E depois de algumas horas nua, vc não sentiu que a brisinha a mais podia até ser gostosa?

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